"É, o Mobile já era"


"É, o Mobile já era"

A Microsoft lançará a atualização Redstone 3 e com ela claro que virão algumas novidades para o Windows 10 Mobile. O editor do Tecnoblog Vitor Mikaelson sugere que a próxima versão do sistema operacional móvel da Microsoft permita o uso de teclados de terceiros e tenha uma Cortana "interativa" na barra de navegação https://www.meu-smartphone.com/windows-10-mobile-redstone-3-trazendo-teclados-de-terceiros-e-uso-da-cortana-via-barra-de-navegacao/
Além disso, o Windows 10 Mobile receberia junto com as outras versões do sistema uma nova identidade visual, de codinome NEON, e teria suporte ao modo paisagem na tela inicial. Todas essas as novidades seriam realmente bem vindas.
Mas e depois?
O Windows Phone e seu sucessor 10 Mobile perdem mercado a cada dia, e nunca estiveram tão irrelevantes quanto hoje. As razões são as mais diversas: a (clássica) falta de apps na Windows Store, a despeito das pontes criadas para portar apps do iOS e do desktop para uma plataforma universal; a falta de firmwares atualizadas para aparelhos da linha X3X e X4X - e para o Lumia 1520, único da linha X2X a ser atualizado para o 10 Mobile -, o que força os aparelhos a rodarem seus softwares em modo de compatibilidade, o que explicaria parte dos problemas de desempenho e consumo excessivo de bateria em vários desses aparelhos; e o abandono da Microsoft de muitos dos mercados que antes davam ao Windows alguma importância no cenário móvel, caso do Brasil.
Junte a isso o anúncio recente por parte da Microsoft de que o Windows desktop poderá ser inteiramente emulado em processadores ARM, e de que o Windows ganhará um shell adaptativo, ao invés de ter vários shells como tem hoje. Certamente esse shell terá partes da interface do Windows 10 Mobile, para serem usadas em CPU's pequenas que por ventura tenham a forma de um phablet. Pois é mais ou menos assim que o misterioso <i>cellular PC</i>, supostamente uma versão mini da linha Surface, deverá ser: um phablet nos moldes do HP Elite x3, mas que ao invés de virtualizar a computação, como faz o citado aparelho da HP via Workspace para ter acesso ao poder do Win32, seria capaz de se transformar em uma CPU completa via Continuum.
Resumindo, estou falando de abandono - mais uma vez.
O uso do Windows completo em aparelhos que outrora jamais seriam capazes de tal feito enterrará a versão Mobile do Windows 10, e a Microsoft sequer faz questão de disfarçar a intenção de focar no desktop e nos híbridos. Ao contrário: a gigante de Redmond tem se esforçado para se livrar da marca Lumia.
Especular sobre o futuro é tentar montar um quebra-cabeça sem peças importantes. O presente todavia é bem claro. O paradigma atual mostra que a combinação ideal de dispositivos é de um desktop Windows ou MacOS, e um smartphone Android ou iOS. O Windows 10 Mobile tentou, mas falhou. E a Microsoft parece que finalmente concorda com essa realidade.

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