thatsmanibear

Luh · @thatsmanibear

21st Sep 2014 from TwitLonger

Segunda Temporada- Capítulo 30(FINAL)


Movi o pequeno caminhão de Max por toda grama verde, e depois levei o caminhão até seu corpo, fingindo que ele estava andando por lá. Max deu uma breve risada e eu ri junto, amando estar passando a tarde com ele. Virei meu rosto para encarar minha mãe e Clara preparando o que iríamos comer hoje durante e depois do almoço. Thaís estava chegando de Vegas, e íamos reunir todos em nossa nova casa, para fazer uma comemoração. A ideia de tudo isso fora de mamãe, que nunca queria perder a oportunidade de comemorar quando eu e Thaís estivéssemos em um mesmo ambiente, e também porque nós não havíamos feito nada de especial quando voltamos de Las Vegas. Dei um beijo em Max, e levantei-me, sussurrando para Jack cuidar de Max. Como se entendesse meus comandos, o cão deitou-se ao lado da criança e permaneceu lá, observando-o. Sorri, boba, e saí de lá, indo em direção à minha mãe e Clara.

-Olha quem veio... -Clara disse, e eu sorri, rodeando sua cintura e dando-lhe um beijo no rosto. Clara estava com o cabelo preso em um coque, com um lenço, de avental, vestido moderadamente florido e sapatilhas baixas. Eu nunca imaginaria ela dessa forma, mas agora vendo-a assim, eu sabia o quão boba fui por isso. Clara estava linda, e da sua forma mais natural.

Minha mãe vestia algo mais básico, mas também estava de coque e avental. As duas mexiam habilidosamente suas mãos como se fossem chefes de cozinha. O cenário de nossa casa, e o ar fresco, fazia todo o ambiente melhorar aquela cena. Eu agradecia mil vezes por isso.

-Posso saber porque você não está olhando o meu neto? -Minha mãe perguntou com um ar tanto rigoroso quanto brincalhão. Sorri, e nós três olhamos para o nosso amplo quintal, com espaço suficiente para satisfazer qualquer necessidade de brincadeira de Max.

-Jack está com ele. -Eu disse, sorrindo de canto. Mamãe fez uma careta reprovando, mas acabou rindo no final.

-Mamãe! -Ouvi Andrew dizer e virei, dando de cara com a criança vindo correndo em minha direção. Curvei o corpo o suficiente para pegá-lo e rodopiá-lo no ar. Andrew tinha acabado de voltar de uma visita que ele fizeram com seu pai, e eu também estava sem vê-lo desde quando ele e Pepa chegaram de Vegas.

Em falar de Pepa, ela estava logo atrás de Andrew em seu belo look pessoal, que tornava ela única. Qualquer pessoa que ficasse com Pepa seria alguém de sorte, e eu sempre fazia questão de lembrá-la disso. Pepa possuía um sorriso imenso no rosto, o qual eu demorei alguns segundos para processar em tamanha beleza.

-Olá. -Ela disse, vindo dar um beijo em minha bochecha, e depois indo cumprimentar Clara e minha mãe. Todas respondemos em uníssono, e Pepa sorriu ainda mais indo lavar suas mãos e nos ajudar. Coloquei Andrew no chão e ele correu até Max, também brincando com Jack, que já conhecia Andrew o suficiente para não estranhar ele.

-Andrew não muda. -Clara disse, e só então eu percebi que ela também observava aquela cena. -Você também não, ainda continua distraída com mínimos detalhes... -Ela completou, sorrindo ternamente.

-Isso é algo bom? -Perguntei, arrastando-me até Clara e voltando a rodear sua cintura. Clara riu tímida e então fixou seu olhar no meu.

-Isso é algo extremamente fofo em você. -Ela respondeu e eu sorri, recebendo um beijo seu logo em seguida. Apertei Clara em meus braços e ela grunhiu manhosa, depois me afastei dela e encarei minha mãe pegando Max no colo e abraçando-o forte, também enchendo seu rostinho de beijos. Andrew encarava tudo sorridente, e minha mãe gesticulava para que ele fizesse alguma coisa, logo depois ria das coisas banais que Andrew dizia para ela. A relação de minha mãe e Andrew era a mais divertida possível, ela com suas tradições antigas e Andrew com suas novas ideias. Quando juntava os dois, a discussão era longa, mas trazia conhecimentos de ambos os lados. Minha mãe amava Andrew assim como amava Max. Ela sabia separar sua atenção tanto para um quanto para outro.

Senti um tapa de leve no topo de minha cabeça e virei para encontrar Thaís com um imenso sorriso no rosto. Joguei meus braços em cima dela de uma forma implicante e ela fez cara de nojo, também implicando comigo. Dei um longo abraço em Thaís, e ela retribuiu da mesma forma carinhosa. Eu estava com saudades daquela peste.

-Há novidades a serem ditas... -Thaís sussurrou perto de meu ouvido, e eu movi o rosto para encará-la, curiosa. Ela riu e fez um sinal de depois, o que me deixou realmente intrigada.

-Essa noite? -Perguntei, e ela fez um sinal positivo. Ri de seus códigos e ela também riu, indo logo em seguida falar com minha mãe.

Já fazia um tempo em que eu não via nossa casa tão movimentada. A última vez, foi no enterro de Dessa, que não me trazia boas memórias. A última vez em que fora algo bom, foi no aniversário de meu pai, quando eu era bem pequenininha, apenas alguns meses antes de ele falecer. Eu não tenho lembranças concretas daquele dia, mas as memórias falhas traziam sensações boas. O resumo daquele dia era que estávamos felizes. Isso já bastava para mim.

O correr da tarde passou por meus olhos tão rápido quanto os anos em que eu costumava curtir as noitadas sem me importar com o dia de amanhã. Eu acho que Clara tem uma boa parcela de culpa nisso, pois desde que ela chegou, eu não consigo me lembrar exatamente do que acontecera antes. Era apenas ela, e isso saciava quase tudo em mim. É tão improvável acontecer todas essas coisas que aconteceram comigo. Você nunca imagina esbarrar com alguém qualquer que te levará ao outro hemisfério do continente e fará você conhecer o amor de sua vida. Você nunca imagina que a dona de uma empresa extremamente influente no País mais poderoso do mundo irá se apaixonar por você tanto quanto você se apaixona por ela. Você não imagina ultrapassar diversas dificuldades que nunca se aplicaram diretamente em você por causa dela. Eu simplesmente passei por tudo isso, sem pensar em desistir, ou até mesmo pensando por algum tempo até perceber novamente que eu nunca deveria ter ido embora. São coisas tão improváveis, e agora relembrando todas elas, acabam se tornando tão normais... Chega até a ser engraçado.

Fechei os olhos, admirando a corrente de ar que acariciava meu corpo, e sentindo o aroma do verde que rondava nossa casa, tão calmo quanto uma silenciosa noite de sono. A ideia da vida no campo veio de Clara, pelo menos por alguns anos. Ela estava um pouco desgastada das coisas que ocorreram, e também queria que Max crescesse um pouco afastado de todas as coisas banais que rodeavam o dia a dia das pessoas na cidade. Eu achava uma ótima ideia, além do mais, a calmaria do campo era relaxante para tudo o que passamos nestes últimos três anos.

Senti alguma presença ao meu lado e abri os olhos para encontrar Thaís sorridente enquanto me encarava. Também sorri, e percebi que a noite já havia chegado sem mesmo que eu percebesse. Respirei fundo e procurei Clara e Max entre as outras pessoas que ainda conversavam na parte da varanda da casa, entre risos.

-Max estava com sono, Clara o levou para o quarto. -Thaís disse. Assenti agradecida.

-Não percebi muita coisa hoje. -Disse, um pouco irritada comigo mesma por isso. Thaís riu de leve.

-Eu entendo... -Ela disse, inspirando fundo. Eu sabia que ela estava pensando no mesmo que eu. Thaís não era a minha amiga naquela época, mas ela sabia de toda a história pois eu havia contado a ela. Thaís foi a quem mais me ajudou a superar todas as complicações com minha mãe, além de também tentar me ajudar a me reconciliar com ela.

-Mas... você tem que me contar algo, e eu estou esperando... -Eu disse e Thaís sorriu um pouco envergonhada. Arqueei a sobrancelha e ela suspirou.

-Tudo bem, aliás, foi eu que falei né... -Ela disse, dando de ombros. -Como eu não sou de enrolar, vou falar de uma vez, e também apenas uma vez, eu estou conhecendo melhor Mayra. -Thaís disse, e desviou o rosto ainda envergonhada. Continuei parada encarando Thaís e ela voltou a me olhar, receosa.

-Quer dizer... você e Mayra já estão bem conhecidas, para ser sincera. -Eu disse, fazendo-me de desentendida e Thaís bufou irritada.

-Você entendeu, Vanessa. -Ela disse, cruzando os braços emburrada. Eu comecei a rir desesperadamente e Thaís fazia gestos negativos com a cabeça, também dando alguns tapas de leve em meu braço. -Sinceramente, Vanessa. -Ela disse, quando eu finalmente recuperei o ar.

-Mas e Coyotte? -Perguntei e ela suspirou.

-Bem, eles tentaram voltar, mas não deu muito certo... Você sabe, May é jovem e Coyotte tem planos diferentes. Mas eles são bons amigos, e essa é a melhor parte... -Thaís disse, sorridente.

-Nunca pensei que May...

-Nem eu, mas as pessoas mudam. -Thaís disse, sorrindo fraco.

-Vocês estão felizes, e acho que é isso o que importa. -Eu disse, e May assentiu. Fixei meu olhar no céu estrelado bem à nossa frente, e Thaís fez o mesmo. A Lua estava esplêndida hoje, e eu tinha a leve impressão de que ela sorria para mim. Talvez, e era provável, fosse algo de minha cabeça, mas sinceramente, era tão bom imaginar algo como estes. Um dia eu veria Andrew chegar até lá, como nos sonhos dele, e então ela se tornaria mais importante ainda. Eu amava a noite pelo único fato de que eu e Clara nos amávamos sempre que ela aparecia. Não era uma rotina, toda vez era especial e também única. O meu principal desejo amar Clara sob a lua e a noite estrelada em um gramado a céu aberto, assim, bem especial. Esse desejo estava bem próximo de se realizar agora que estávamos nessa casa.

-Você também está feliz. -Thaís disse, enquanto me observava. Eu sorri, e encarei ela. O modo de seu rosto fazia com que eu enxergasse o meu olhar naquele momento. Ele estava brilhando, como sempre fazia quando eu pensava em Clara. -Você deveria ir. -Thaís disse, gesticulando para a casa.

-Nunca estive tão feliz, Thata. -Eu disse, e Thaís concordou.

-Eu sei que não. -Ela disse. -Eu nunca diria que aquela garota que eu conheci estaria assim neste momento. -Ela completou e eu assenti.

-Agora eu sou assim e continuarei assim enquanto estiver com aquela mulher. -Eu disse.

-Divirta-se. -Thaís disse, e eu ri, dando um abraço forte na mulher e depois caminhando em direção a casa.

Caminhei relaxadamente por entre os cômodos de nossa casa, mal reparando nas outras pessoas que ainda estavam ali aproveitando o que estivesse ali para se aproveitar. Encarei mamãe rindo enquanto conversava com nossos familiares, tão feliz que fui obrigada a gravar aquele momento em minha mente. Eu nunca mais faria minha mãe tirar aquele sorriso do rosto, eu devia isso a ela por ter feito com que ela passasse por diversas coisas em minha estúpida revolta com o mundo ao meu redor. Eu devia tudo à ela, por ela nunca ter desistido ou parado de me amar mesmo quando eu fui embora. Encarei Andrew e Pepa, sentados juntos no sofá. Andrew mostrava alguma coisa para a sua mãe, e ela sorria e gesticulava para ele, interessada. Observei Thaís chegar até eles e dar um abraço forte em minha mãe, e então fui para as escadas, subindo-as com a mínima pressa possível.

Enquanto caminhava pelo corredor até o quarto de Max, algumas coisas passaram por minha cabeça. Um resumo de três anos e milhares de momentos. Eu lembrei da primeira vez em que vi Clara, completamente orgulhosa desfilando pela empresa com Mayra caminhando por trás dela. Lembrei da primeira vez em que nós conversamos, algo rápido, porém que roubara alguns suspiros e alguns batimentos apressados de mim. Lembrei das vezes em que Bella gritava comigo por dizer que Clara era uma boa pessoa, lembrei da primeira vez em que eu fui capacitada a beijar aqueles lábios e tocar o seu corpo da forma mais íntima possível. Lembrei dela sentada no batente da janela, enquanto observava a noite em Vegas, e tinha o seu rosto iluminado pelas luzes que vinham de lá. Lembrei da primeira vez que senti seu sussurro perfurar a minha pele a ponto de trazer arrepios, lembro da primeira vez em que me decepcionei, da primeira vez em que senti que ela me amara de verdade, da primeira vez em que ela dissera "eu te amo" de coração, quando eu já estava completamente caída de desejos por ela. Lembrei de nossas decepções uma com a outra, lembrei de seu corpo caído na sala secreta do último andar, e da forma como eu chorei naquele dia, pensando que poderia perdê-la e odiando a ideia de viver com isso. Lembrei dela mandando eu me afastar, e então de nós nos reconciliando e voltando a nos amar como se nada tivesse acontecido. Lembrei de minha primeira viagem à França, e então o estopim de minhas decepções acumuladas com Clara. Lembrei de eu indo embora, e ela simplesmente deixando com que isso acontecesse. Lembrei de vê-la com Fabien e Max na exposição no Rio, lembrei dela no banheiro se desculpando por nunca ter contado sobre Max, lembrei do tapa que até hoje me arrependo de ter dado em seu rosto, e mesmo assim ela disse que ainda me amava. Lembro de ter parado de fugir do sentimento que eu sentira por ela, e de ter feito Pepa sofrer por isso, mesmo que de uma forma oculta. Lembrei de caminhar com Andrew pelas ruas de São Paulo, e ouvi-lo dizer coisas instigantes, mas ao mesmo tempo, maravilhosas. Lembrei de pintar o nosso hotel para recomeçarmos nossa vida, e de chegar naquele mesmo lugar e encontrar ela e Dessa caídas, enquanto a mulher idosa balbuciava que seus marido e filho, então Fabien e Max, havia voltado. Lembrei de chegar em Vegas, sem pistas, sem ter o que fazer, sem esperanças, sem nada para tentar encontrar o nosso pequeno. Lembrei de nossas decepções lá, de tudo o que acontecera conosco durante aquela caçada, e então de ter Max conosco e ter de ir atrás de Fabien. Lembrei de não conseguir me lembrar de nada, mas de saber que tudo estava bem quando aquela noite passou. Lembrei de nosso último momento num bar de esquina que deveria ser um lugar caído, mas se tornara um dos mais especiais. Lembrei de tudo que nos trouxera até aqui, e então vi Clara e Max deitados na cama, observando um livro qualquer. Eles eram as razões para quase tudo em minha vida.

Eu fiz aquele caminho, do corredor até o quarto de Max, durante todas as noites nos anos que se passaram desde que eu e Clara moramos naquele lugar. Todas as noites era a mesma coisa; a mesma gostosa rotina de se enfiar debaixo de um cobertor e contar histórias e ler livros. Eu sempre chegava por último, por ter começado a trabalhar em algumas coisas enquanto Clara ficava em casa para aproveitar Max. Ela queria ser alguém melhor do que seus pais foram para ela durante sua infância e adolescência, e eu sabia que não poderia interferir nisso. Eu chegava na porta do quarto para visualizar a cena de os dois deitados aproveitando os minutos enquanto eu não chegava. Era tão maravilhoso! Max crescia saudável, e os traços de Clara eram presentes em diversos aspectos de seu rosto. Ele estava agora com cinco anos, e tinha o rosto de um anjo abençoado por beleza. Clara estava ainda mais maravilhosa, além de estar mais madura e de ter os traços adultos muito mais presentes em todo o seu rosto. Ela ainda tinha um olhar inocente presente em seus olhos, mas eles não eram tão notáveis com todo o ar sexy que também rodeava os mesmos. Observá-la durante todo o momento era a coisa mais preciosa que eu poderia fazer. Tê-los, era a coisa mais preciosa que eu poderia possuir.

-Que tal você dormir agora? -Clara perguntou gentilmente, mas Max negou com a cabeça.

-Só mais uma, mamãe. -Ele disse, pidão. Clara riu e eu fiz o mesmo, indo até os dois e deitando-me ao lado de Max, enquanto Clara estava no outro.

-Qual você quer que nós contemos agora? -Perguntei, satisfazendo a vontade do menino e recebendo um olhar reprovado de Clara.

-Já sabe o porquê de ele estar assim... -Ela disse, fingindo estar brava, e eu ri, voltando a encarar o garoto.

-Aquela mamãe... -Max disse, encarando Clara. -Você sabe... e a mamãe nunca esteve aqui quando você contava... -Ele disse, alternando seu olhar entre eu e Clara.

-Nunca estive? -Perguntei confusa, e Clara lançou um olhar cúmplice para Max.

-Não, mamãe.- Max disse.

-E qual história é essa? -Pergunte curiosa. Clara riu e Max sorriu ternamente.

-Há algum tempo, ainda indeterminado, duas moças, assim como você e a mamãe, ultrapassaram as barreiras mais extremas para poderem ficar juntas... -Max disse. -Mamãe disse que a história se passou em Vegas, e que essas moças conseguiram realizar tudo o que queriam, e então ficaram juntas para sempre! -Max completou, e eu encarei Clara, que mordia o lábio inferior, sorrindo. Eu estava com uma cara extremamente boba, assim como meu sorriso. Realmente nunca pensei que Clara contava nossa história para Max, e saber que essa era a que ele estava pedindo agora fazia com que uma luz acendesse em meu coração, trazendo imensos traços de felicidade.

-Para sempre, não é, Van? -Clara perguntou, com um sorriso bobo. Encarei Max, e ele assentia, sem saber o que aquela história representava tanto para mim quanto para Clara, e também sem saber que ele estava envolvido nela.

-Para sempre. -Eu disse, com um sorriso maior que o rosto. Max cutucou o braço de Clara.

-Você pode me contar essa história novamente? Da mesma forma que me contou na primeira vez, mamãe? -Ele perguntou. Clara me encarou e eu fixei meu olhar nela, também pedindo silenciosamente para que ela fizesse.

Meu coração começou a bater bem forte, de uma forma que eu não conhecia. Eu encarava Clara fixamente, enquanto impedia que algumas lágrimas caíssem de meus olhos. Tantas coisas vieram em minha mente, trazendo momentos intensos e maravilhosos que eu havia passado desde que a conhecera. Eu visualizava um misto de seu olhar, ao passar dos anos, maravilhada com cada imagem. Eu sentia todas as sensações que ela já provocara em meu corpo e em meus sentimentos, de uma só vez, e eu sabia que era a pessoa mais sortuda por isso. Com Clara, eu havia encontrado não só um amor, mas o amor. Eu entendera que o amor não era um sentimento, e sim uma pessoa. O amor era Clara, Max, Andrew, Pepa, Thaís, minha mãe, e todos aqueles que me faziam bem. O amor era eu estar deitada ali junto aos dois, contando histórias fictícias e a história de nossa vida. O amor era respirar no mesmo ambiente que ambos, enquanto eu visualizava seus rostos sorridentes ou curiosos, e aproveitava a companhia de ambos. O amor era a minha história com Clara, o amor era o destino que nos fizera ficar juntas, o amor era um misto de cada arrepio que sentimos uma com outra, e mais que tudo, o amor eramos nós, juntas.

-Há algum tempo atrás, em um lugar conhecido de Las Vegas, uma mulher muito sensível acabou encontrando o seu maior alicerce. -Clara começou, sorrindo e esbanjando felicidade em forma de lágrimas tímidas em seus olhos. -Essa história mudou a vida de várias pessoas, não só delas duas. E assim como eu acho, tenho certeza que você também achará e perceberá que essa história não é nada a mais nem nada a menos do que o nosso inesquecível!

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