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JenSoares · @JenSoares73

23rd Apr 2014 from TwitLonger

SALVE JORGE, SALVE OGUM / #SaoJorge #SalveJorge #Ogum

JORGE DA CAPADÓCIA

São Jorge atrai milhares de fiéis às celebrações em homenagem ao seu dia, 23 de abril. O santo guerreiro é festejado por católicos, que acreditam que São Jorge é a força de Deus na luta dos excluídos e marginalizados da sociedade, e por praticantes do candomblé, que o invocam como protetor, defensor das almas contra o demônio, tentações e suspeitas de feitiço.

O culto do santo ao Brasil chegou com os portugueses que decretaram a obrigatoriedade da imagem nas procissões de Corpus Christi. Mas em 1969, o Papa Paulo VI reformou o calendário litúrgico da Igreja Católica e tornou opcional a festividade em homenagem ao dia do santo, alegando que o santo não tinha registros históricos, apenas relatos tradicionais.

A imagem de São Jorge é representada por um jovem vestido com uma armadura, sentado em um cavalo branco com uma lança atravessando o dragão. A figura do santo está relacionada às diversas lendas criadas a seu respeito e contada de várias maneiras.

O SANTO GUERREIRO DA CAPADÓCIA

Considerado como um dos mais proeminentes santos militares, sua memória é celebrada dia 23 de abril como também em 3 de novembro, quando, por toda parte, se comemora a reconstrução da igreja dedicada a ele na Lida (Israel), onde se encontram suas relíquias, erguida a mando do imperador romano Constantino I.

Seu nome veio do grego: γεωργός (geōrgos), que significa "quem trabalha a terra ou agricultor". Em latim: Georgius.

Jorge teria nascido (segundo a lenda cristã) na antiga Capadócia, região do centro da Anatólia que, atualmente, faz parte da República da Turquia, por volta de 275 d.C. Ainda criança, mudou-se para a Palestina com sua mãe após seu pai morrer em batalha. Sua mãe, ela própria originária da Palestina, Lida, possuía muitos bens e o educou com esmero. Ao atingir a adolescência, Jorge entrou para a carreira das armas, por ser a que mais satisfazia à sua natural índole combativa. Logo foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade — qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde da Capadócia. Aos 23 anos passou a residir na corte imperial em Nicomédia, exercendo a função de Tribuno Militar.

Nesse tempo sua mãe faleceu e ele, tomando grande parte nas riquezas que lhe ficaram, foi-se para a corte do Imperador. Jorge, ao ver que urdia tanta crueldade contra os cristãos, parecendo-lhe ser aquele tempo conveniente para alcançar a verdadeira salvação, distribuiu com diligência toda a riqueza que tinha aos pobres.

O imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos e no dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os romanos deviam se converter ao cristianismo.

Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo. Indagado por um cônsul sobre a origem dessa ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da Verdade. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: "O que é a Verdade?". Jorge respondeu-lhe: "A Verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e Nele confiando me pus no meio de vós para dar testemunho da Verdade."

Como Jorge mantinha-se fiel ao cristianismo, o imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Todavia, Jorge reafirmava sua fé, tendo seu martírio aos poucos ganhado notoriedade e muitos romanos tomado as dores daquele jovem soldado, inclusive a mulher do imperador, que se converteu ao cristianismo. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito, mandou degolá-lo (supostamente) no dia 23 de abril de 303, em Nicomédia (Ásia Menor).

Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lida (Antiga Dióspolis), cidade em que crescera com sua mãe. Lá ele foi sepultado, e mais tarde o imperador cristão Constantino mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis, para que a devoção ao santo fosse espalhada por todo o Oriente.

Fonte: http://www.oracoes.info/SaoJorge05.html

JORGE E O DRAGÃO (uma lenda medieval)

A lenda mais famosa conta que um dragão saía de vez em quando das profundezas de um lago e atirava fogo contra os muros de uma cidade do Oriente, trazendo morte com seu hálito. Para não destruir toda a cidade, o dragão exigia regularmente que lhe entregassem mulheres para serem devoradas.

Um dia coube à filha do Rei ser oferecida. No momento apareceu um cavaleiro vindo da Capadócia, na atual Turquia, montado em um cavalo. Era São Jorge.

O santo enfrentou o fogo que saía da boca do dragão e as nuvens de fumaça que eram expelidas. Após um combate, São Jorge venceu o dragão, com sua espada e sua lança.

O dia de São Jorge é marcado por um feriado no estado do Rio de Janeiro. Os devotos prepararam alvoradas, missas, carreatas e shows para celebrar o dia do santo guerreiro.

O SINCRETISMO COM O ORIXÁ GUERREIRO

Ogum é um orixá costumeiramente associado à guerra e ao fogo. Sendo geralmente representado sob a figura de um guerreiro, Ogum estabelece um arquétipo de luta e conquista aos que se dedicam à sua adoração. Seu grau de importância é tamanho, pois ele é o orixá que possui maior proximidade com os seres humanos depois de Exu. Conhecedor de segredos, ele sabe muito bem como fabricar os instrumentos necessários para a batalha e para o trabalho com a terra.

Por conta dessas habilidades, observamos que as várias representações dessa divindade costumam colocá-lo empunhando uma espada, uma enxada ou uma pá. De acordo com a mitologia africana, Ogum era filho do rei Odudua, fundador da cidade de Ifé. Apesar de viver os privilégios de um príncipe, Ogum era uma figura bastante inquieta e gostava muito de representar seu pai nas lutas pela conquista de novos territórios. Logo assim, ele se tornou uma divindade que inspira a constante tomada de atitudes.

Nas várias descrições que tentam falar sobre Ogum, percebemos que o mesmo aglomera um claro universo de comportamentos impulsivos e, ao mesmo tempo, pragmáticos. Ao mesmo tempo em que luta com bravura e se entrega ao amor intensamente, Ogum também é bastante reconhecido pelo seu gosto pela presença dos amigos e a alegria de viver. Apesar de ser tão temperamental como seu irmão, o orixá Exu, este não possui a mesma sagacidade e malícia.

As oferendas dedicadas a Ogum são costumeiramente organizadas durante as terças-feiras, dia em que é feita sua consagração. Praticamente todas as danças que evocam a figura deste orixá são marcadas por gestos de luta. Além disso, os alimentos que são elaborados para suas oferendas não possuem uma preparação muito complexa. No ritual jeje, Ogum é equivalente ao vodum Doçu. Já entre os praticantes do rito angola, esse mesmo orixá é conhecido como Roxo Mucumbe ou Incoce.

Em terras brasileiras, Ogum acabou sendo facilmente associado à história dos vários santos guerreiros que integram o cristianismo. Nessa situação sincrética, acabou sendo relacionado à imagem de São Jorge, principalmente na cidade do Rio de Janeiro. Essa aproximação pode ser historicamente reconhecida na Guerra do Paraguai, quando vários negros participantes do conflito professaram que a vitória na Batalha de Humaitá teria sido fruto da proteção do santo que simbolizava o orixá.

Fonte:
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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