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Jose porfiro · @JPorfiro

31st Dec 2011 from Twitlonger

Qual internacionalização? [[pintec + MEI]]

Por Glauco Arbix e Luiz Caseiro

vALOR eCONÔMICO, 05/08/2010

Movimento de internacionalização reforça o protagonismo dos países emergentes no redesenho do mundo dos negócios e da geopolítica internacional

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Algumas das principais multinacionais brasileiras - como a Gerdau, Votorantim, Braskem e Marfrig - voltaram a se movimentar agressivamente, após um período de cautela no ano passado. O volume investido pelas empresas brasileiras em aquisições no exterior de janeiro a maio já soma US$ 11,16 bilhões. Esse é um recorde de aquisições realizadas por empresas brasileiras no exterior.
A mais recente onda de internacionalização de empresas de países em desenvolvimento mostra-se tão ou mais agressiva do que a primeira, que projetou no cenário internacional os tigres asiáticos.

O Brasil desponta nesse grupo em clara ruptura com um histórico de orientação para o mercado interno. Pela trajetória recente, o esforço pela internacionalização foi incorporado como estratégia corporativa, ainda que restrita a um universo seleto de empresas. Mais ainda, dados da Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec, do IBGE) realçam que as empresas que inovam foram as que mais se internacionalizaram.

Para essas multinacionais, a demanda dos novos mercados exige um esforço contínuo de elevação da qualidade de seus processos, produtos e serviços. Esse padrão superior tende a se reproduzir em sua rede de fornecedores, o que potencializa os impactos positivos no conjunto da economia.

Do ponto de vista da economia política, a consolidação de multinacionais de países emergentes contribui para aumentar seu poder de negociação e barganha e, dessa forma, reposicioná-los na arena internacional. Isso significa que o movimento de internacionalização, além de gerar corporações mais robustas e ágeis, reforça o novo protagonismo dos países emergentes e introduz novos ingredientes no redesenho do mundo dos negócios e da geopolítica internacional.

Por captarem os potenciais benefícios que a internacionalização das empresas pode gerar, governos de muitos países emergentes elaboraram políticas públicas específicas para estimular esse processo, de modo a diminuir riscos e otimizar o impacto da atuação dessas corporações e elevar o padrão de competitividade de suas economias.

Nesse sentido, desde 2004, a China conta com uma política agressiva de estímulo à internacionalização de suas empresas, o Go Global. O EximBank chinês oferece crédito subsidiado para projetos no exterior que atendam ao menos um dentre quatro objetivos: 1) obter recursos naturais escassos no país; 2) propiciar o desenvolvimento tecnológico das firmas; 3) aumentar as exportações; e 4) fortalecer os laços de política externa com países estratégicos. No campo diplomático, assinou acordos de proteção mútua de investimentos com 115 países e com 89 para evitar a bitributação - problema presente no Brasil. Como suporte público, qualquer empresa chinesa pode acessar uma rede online com informações sobre negócios e oportunidades de aquisições no exterior, em especial de empresas de base tecnológica.

Ainda que timidamente, o Brasil também deu passos na mesma direção. Desde 2005, o governo apoia a internacionalização das empresas por meio do BNDES, dos Centros de Negócios da Apex e do Banco do Brasil. Essas iniciativas representam uma inflexão positiva na política industrial brasileira. Porém muito ainda pode ser feito no campo tributário, financeiro, diplomático e na construção de uma rede internacional capaz de captar tendências e difundir informações sobre oportunidades para empresas brasileiras no exterior.

Como a busca pela elevação do patamar tecnológico e de inovação das empresas brasileiras é chave para o país, é essencial que o investimento público entre em sintonia com as prioridades da política industrial e tecnológica - seja da Política de Desenvolvimento Produtivo, seja do Plano Nacional de Ciência e Tecnologia. Isso porque, quanto mais a construção de multinacionais brasileiras estiver limitada aos setores pouco intensivos em conhecimento, menor será o potencial de impacto positivo em outros ramos da economia.

Claro que a atuação do setor público não se fará ao arrepio do setor privado. Como o Brasil amadureceu, construiu instituições e uma economia diversificada, o dirigismo estatal dos anos 50 e 60 é tão impossível quanto indesejável. Mas nem por isso a atuação do Estado deixou de ser essencial, principalmente pelo seu poder de articulação dos agentes econômicos em torno de novas estratégias para o país.

As políticas industriais que tiveram êxito na promoção de transformações relevantes em diversos países emergentes primaram pelo foco na construção de novas competências, de absorção e geração de tecnologia e na elevação da competitividade da economia. Foi assim na experiência japonesa e na coreana.

A título de ilustração, a chinesa Geely, até recentemente uma fabricante de geladeiras, contou com apoio do governo para comprar neste ano a montadora Volvo (controlada pela Ford) por US$ 1,8 bilhão, valor correspondente a cerca de 40% dos desembolsos do BNDES para a internacionalização dos frigoríficos JBS Friboi e Bertin.

A crise econômica mundial, que derrubou o valor de mercado de muitas empresas europeias e americanas, gera oportunidades para os países emergentes adquirirem empresas com densidade tecnológica, encurtando as rotas de sua capacitação e desenvolvimento.

Às empresas brasileiras não faltam músculos nem dinamismo. É fundamental que seu apetite empreendedor entre em sintonia com esforço do país para elevar o padrão de tecnologia, produtividade e de competitividade da nossa economia. A atuação clara das instituições de Estado nessa direção é urgente.

Glauco Arbix é professor do Departamento de Sociologia da USP e coordenador executivo do Observatório da Inovação e Competitividade Instituto de Estudos Avançados (IEA/USP)

Luiz Caseiro é pesquisador do Observatório de Inovação do Instituto de Estudos Avançados da USP.

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03/11/2010 ÀS 00H00
Pintec 2008: primeiras análises
Por David Kupfer |
Na última sexta-feira o IBGE divulgou os resultados da nova Pintec - Pesquisa da Inovação Tecnológica, o mais completo e importante retrato da situação da inovação na indústria brasileira. Essa quarta edição da pesquisa, que cobre o período 2006-2008, era aguardada com a expectativa de que os novos números retratassem um avanço marcante nos indicadores quantitativos da inovação industrial no Brasil. Isso porque imaginava-se que o dinamismo que caracterizou o ano de 2008 teria contribuído para destravar os investimentos em inovação pelas empresas brasileiras. Adicionalmente, já teria decorrido um intervalo de tempo suficiente para que fossem captados, mesmo que parcialmente, os possíveis efeitos positivos que a grande prioridade conferida já há alguns anos ao tema da inovação, tanto por políticas públicas quanto por iniciativas das lideranças empresariais, poderia desempenhar sobre os indicadores.

No entanto, ao menos em primeira análise, a nova edição da Pintec está mostrando um quadro pouco animador, para não dizer decepcionante. De acordo com a pesquisa, a taxa de inovação, isto é, a proporção de empresas que declararam terem introduzido pelo menos uma inovação no período 2006-2008, subiu para 38,4% ante 33,6% verificado no período 2003-2005. Aparentemente auspicioso, esse crescimento, porém, não foi acompanhado de igual expansão dos indicadores de esforço, que geralmente constituem medidas mais robustas da inovação. Assim, enquanto 5,6% das empresas realizaram atividades internas de pesquisa e desenvolvimento em 2005, essa proporção caiu para 4,2% em 2008. Os gastos totais com atividades inovativas despendidos pelas empresas da indústria de transformação, que eram de 2,8% do faturamento em 2005 retrocederam para 2,6% em 2008 enquanto a parcela da despesa destinada especificamente à P&D intra-muros ficou estacionada em 0,6% do faturamento.

Observando-se os dados segundo o porte das empresas, o quadro sugestivo de insuficiente engajamento do setor empresarial com a inovação se mantém. Entre 2005 e 2008, a proporção de empresas que se dedicaram a atividades de P&D caiu, respectivamente, de 3,9% para 3,4% das empresas de pequeno porte (com até 99 pessoas ocupadas); de 16,2% para 7,9% das empresas de médio porte (de 100 a 499 pessoas ocupadas); e de 44,9% para 36,3% das empresas de grande porte (com 500 ou mais ocupados). Ainda mais sugestivo é o indicador proporcionado pela evolução do número de pessoas ocupadas diretamente em atividades de P&D: enquanto o emprego na indústria de transformação cresceu 15,2% entre 2005 e 2008, o número de pessoas ligadas à P&D praticamente não se alterou, implicando uma queda da proporção de 0,80%, já muito baixa, vigente em 2005, para 0,69% em 2008. Desse contingente, o número de pessoas com pós-graduação, que era de 4.280 mestres e doutores em 2005 passou para 4.340 em 2008 - um aumento de 60 pesquisadores em três anos.

O forte crescimento da produção e tantas outras variáveis não influenciaram o desempenho inovador

Enfim, são muitos indicadores a apontar que o forte crescimento da produção, vendas, exportação, emprego e investimento fixo e tantas outras variáveis que marcou o ano de 2008 não se transmitiu ao desempenho inovador das empresas. Se atravessar os períodos de baixa do ciclo macroeconômico do passado pareceu determinante para desestimular as empresas a adotarem um comportamento tecnológico mais ativo, como tão claramente mostram as Pintec anteriores, o contrário não se mostrou verdadeiro: surfar a onda de crescimento industrial ocorrido no período coberto pela última edição da pesquisa não foi nem de longe suficiente para incentivar as empresas a reverterem esse comportamento.

Com relação à dimensão institucional, mesmo dando-se o devido desconto ao fato de que três anos é um intervalo de tempo claramente insuficiente para a avaliação de políticas de tempo lento de maturação como a política tecnológica, parece prudente ouvir desde já o que os números estão falando. A redução no engajamento das empresas nas atividades inovativas, a rigidez observada nos gastos com P&D, a contração do emprego de pessoal ligado a essas atividades, dentre outros indicadores coletados pela Pintec 2008, levam à percepção de que na determinação do esforço em P&D no Brasil é pequeno o componente "puxado pela demanda". Há boas razões para se crer que enquanto prevalecer a atual (ausência de) dinâmica, na qual o componente "empurrado pela ciência e tecnologia" mantém-se predominante na indução do progresso tecnológico, o salto para inovação tão ambicionado por governo e lideranças empresariais encontrará muita dificuldade para deslanchar.

A qualidade do levantamento e a riqueza de informações proporcionadas pela Pintec certamente darão margem a estudos aprofundados que serão de grande valia para orientar a construção de novas abordagens para o problema da inovação na economia brasileira. Como se vê, também no campo da inovação transformações de fundo na política em curso estão sendo requeridas.

David Kupfer é professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador do Grupo de Indústria e Competitividade (GIC-IE/UFRJ. /www.ie.ufrj.br/gic

E-mail: gic@ie.ufrj.br)

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05/07/2010 ÀS 00H00
As certezas da inovação e da sustentabilidade
Por Por Carlos Calmanovici
Marcos regulatórios mais restritivos vêm se consolidando como elementos importantes na defesa do ambiente

A falta de investimentos em inovação pode nos levar a questionar a consistência e a continuidade dos bons resultados da economia brasileira nos próximos anos. Ou seja, nosso desenvolvimento econômico não está assegurado apesar da justificada onda de otimismo atual. De fato, os números comprovam nossa modesta posição em Inovação. A última Pintec 2005 (Pesquisa de Inovação Tecnológica/IBGE) revelou que menos de 5 mil empresas fazem pesquisa e desenvolvimento de forma contínua no Brasil demonstrando esforço consistente e estruturado em Inovação. Isso é insuficiente frente às ambições do Brasil.

As soluções para alavancar o esforço insuficiente em P&D nas empresas brasileiras têm apontado para a necessidade de políticas públicas mais ousadas e abrangentes. É certo que os programas de governo de estímulo à Inovação têm se mostrado relativamente limitados nos seus resultados embora sejam extremamente amplos e consistentes nos seus propósitos. Mas, em que pesem as sempre possíveis e desejáveis evoluções das políticas públicas, um fato novo pode estar surgindo no ambiente da Inovação com impactos significativos, tanto no posicionamento concorrencial das empresas brasileiras no cenário internacional quanto na formulação de políticas públicas para o País.

Segundo pesquisa realizada da Câmara Americana de Comércio (Amcham) com suas associadas, uma em cada três empresas tem a Sustentabilidade como um dos elementos essenciais para seus negócios. O levantamento foi apresentado em novembro de 2009, em São Paulo, no evento em homenagem aos vencedores do Prêmio Eco 2009, iniciativa realizada em parceria pelo Valor e pela Amcham. Para os organizadores do evento, inovação com foco na sustentabilidade foi o principal aspecto dos 89 trabalhos de 75 empresas que concorreram ao prêmio. Fica clara, assim, a forte ligação entre sustentabilidade e inovação. Essa proximidade não é casual. Na prática, os dois conceitos são indissociáveis. E, o percurso da inovação pode, finalmente, beneficiar-se desse atalho representado pela sustentabilidade. Esperemos, também, que esse novo caminho seja menos sujeito a ciclos e instabilidades.

Toda atividade econômica impacta o meio ambiente. No entanto esse assunto vem assumindo importância crescente nos últimos tempos por duas razões principais: pela dimensão e abrangência cada vez maior desse impacto e pela conscientização da população dos impactos causados pela atividade humana ao meio ambiente. Esse contexto estimula ações que reduzam ou mesmo eliminem impactos ambientais indesejáveis. Marcos regulatórios mais restritivos vêm se consolidando como elemento importante nesse caminho rumo à sustentabilidade. Mas, é interessante notar também que as empresas estão se antecipando às exigências legais e desenvolvendo soluções completas que garantam o respeito ao ambiente e à preservação do planeta.

As legislações tendem a acompanhar essas iniciativas apenas "a posteriori", induzidas por empresas pioneiras. Surge aí o primeiro elo objetivo entre sustentabilidade e inovação. Desenvolver novas soluções que atendam o bem estar das pessoas e o respeito ao ambiente exige um esforço consequente em inovação. Fazer isso antecipando tendências é extremamente desafiador e representa uma abordagem genuinamente inovadora. Esse esforço vem tomando espaço nas empresas e delineando um novo paradigma de atuação. A maioria das empresas inovadoras está mantendo, ou mesmo aumentando, seus esforços em sustentabilidade e, consequentemente, em inovação, porque percebem criação de valor nessa atividade. Recente levantamento realizado entre associadas da Anpei sinalizou que mais de 70% das empresas mantiveram ou aumentaram seus investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) em 2009.

Outro ponto de convergência entre inovação e sustentabilidade que vale a pena destacar é o da diferenciação. A inovação, tanto quanto a preocupação com a sustentabilidade, permitem desenvolver produtos diferenciados para o atendimento das necessidades do mercado e de aplicações pioneiras de forma sustentável, normalmente com ganhos ambientais importantes. Esses produtos promovem a imagem das empresas e alimentam o círculo virtuoso de agregação de valor, estimulando mais desenvolvimentos pioneiros e diferenciados.

Além disso, o Brasil aparece, no contexto da discussão sobre sustentabilidade, de forma privilegiada devido à grande competitividade de seus recursos naturais. Mas, a simples disponibilidade de recursos não é suficiente para garantir uma posição destacada nesse contexto no longo prazo. É necessário ir além e efetivar o potencial dos recursos renováveis em ações e resultados concretos. Para tanto, novas tecnologias devem ser desenvolvidas e disponibilizadas. Surge, assim, por meio da sustentabilidade, uma nova demanda tecnológica por inovação. A possibilidade de desenvolver rotas alternativas a partir de insumos sustentáveis e sem a geração de resíduos é a terceira e definitiva interface que integra inovação e sustentabilidade.

A preocupação com a sustentabilidade pode lançar a inovação para um novo e diferenciado patamar colocando-a, definitivamente, na ordem do dia da competitividade e emprestando a ela alguma estabilidade. Podemos, então, à luz dessa discussão que não se esgota aqui, enumerar algumas certezas e convicções:

Quem diz "Sustentabilidade", diz "Inovação". Não haverá sustentabilidade, principalmente ambiental, sem esforço consequente e estruturado em inovação.

Tanto sustentabilidade quanto inovação são fundamentais para garantir a competitividade das empresas no contexto global.

A incerteza crescente no mundo é caldo de cultura e ambiente propício para a Inovação.

Carlos Calmanovici é engenheiro e presidente da Anpei - Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras

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10/03/2010 ÀS 00H00
Mobilização de lideranças quer promover a agenda em favor de mudanças
Há um sentimento generalizado de que a conjuntura favorece a difusão de atividades inovadoras: economia aquecida, escala e engajamento de vários setores da sociedade. É nesse contexto que está sendo articulada a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), cuja meta é dobrar o número de empresas comprometidas com a agenda da inovação em quatro anos, independentemente do porte ou ramo de negócio.

Idealizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o movimento surgiu no fim de 2008 e reúne lideranças do empresariado, entidades setoriais e governo num esforço para estimular a incorporação da prática inovadora na estratégia das empresas. Os desafios do Brasil nesse campo são imensos. Citando dados do Pintec, a pesquisa de inovação tecnológica realizada pelo IBGE, Rafael Luchesi, diretor de operações da CNI e coordenador do MEI, diz que cerca de 30 mil empresas estão envolvidas com inovação, das quais 6 mil fazem pesquisa, e que os investimentos nesse esforço somam R$ 30 bilhões por ano. "Somos o país que mais inova na América Latina, mas é preciso avançar em várias dimensões porque estamos distantes dos países de economia industrial avançada", observa.

A estratégia de atuação do MEI se concentra em dois pilares. Um deles é o de mobilizar o empresariado e entidades para criação de uma rede de núcleos setoriais capaz sensibilizar as empresas sobre a importância de se estabelecer um canal permanente para o desenvolvimento da inovação. O grupo conta atualmente com a participação de 500 executivos de grandes empresas, que em agosto do ano passado lançaram em São Paulo o manifesto "Inovação: A Construção do Futuro". O documento definiu a meta de duplicar o número de empresas inovadoras.

Luchesi revela que serão criados aproximadamente 60 núcleos nos Estados, compostos por técnicos e consultores que, através de seminários e workshops, vão orientar as empresas sobre como desenvolver planos de inovação, explicar como funcionam as linhas de financiamento e os instrumentos de políticas públicas disponíveis para apoiar atividades inovadoras, e como proceder para participar de editais de licitação para obtenção de recursos para os projetos. A expectativa é sensibilizar ao menos 10 mil empresas por ano e fazer com que metade delas adote efetivamente ferramentas de gestão da inovação.

Outro pilar do MEI é o que Luchesi chama de diálogo entre o setor privado e o governo com o objetivo de fortalecer políticas públicas e estruturar mecanismos de apoio às atividades de inovação. As conversas estão em curso com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), BNDES e Finep. A expectativa é consolidar tudo ainda no primeiro semestre. (Inaldo Cristoni)

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14/12/2009 ÀS 00H00
Maioria das empresas incorpora inovação de modo desorganizado
Por De São Paulo
A resistência cultural do empresariado ainda é a principal dificuldade para ampliar de forma sustentável o processo de inovação dentro das empresas brasileiras, considerado hoje um dos principais fatores para aumento da competitividade da indústria no país, segundo Paulo Mol, gerente de política industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI). "Na maior parte das empresas do país a inovação é feita de maneira desorganizada, não sistematizada. É preciso orientar as empresas e o empresariado para a busca da inovação de maneira estruturada visando aumentar a competitividade das organizações", diz ele.

Não há indicadores recentes sobre a inovação tecnológica na indústria brasileira. A principal fonte de informação na área de inovação é o IBGE e os últimos dados disponíveis foram levantados pela Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec), edição de 2005. Em 2007, o IBGE realizou uma nova pesquisa, mas os dados ainda não estão consolidados. A Pintec 2005 mostrou que apenas 30% das empresas pesquisadas, um universo de cerca de 90 mil firmas com a partir de dez empregados, realizam algum tipo de investimento em inovação. Não é um número tão baixo, mas ainda assim encontra-se em nível bastante inferior ao de países competidores do Brasil, como México e Índia.

Para Mol, as empresas brasileiras precisam ganhar mais espaço nessa área de inovação - e esse é o grande desafio da CNI neste momento. "Estamos reforçando o movimento de Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) para fazer com que a inovação chegue exatamente na base industrial, principalmente das pequenas e médias empresas", diz ele. É um trabalho semelhante ao que foi realizado nos anos 1990 em torno das qualidade, assegura o dirigente da CNI. "O governo deu passos importantes no campo da inovação, com a Lei do Bem, a Lei da Inovação, de 2004, os fundos setoriais. Mas precisamos avançar mais", diz ele.

Entre as ideias avaliadas estão a criação de núcleos de inovação nas federações da indústria dos Estados e a ampliação das ações de suporte à inovação através de cursos de capacitação em parceria com o Sebrae e Senai, trabalhando a inovação de forma permanente. De acordo com a CNI, atualmente cerca de seis mil empresas brasileiras fazem pesquisa e outras 30 mil investem na inovação de seus produtos e processos. A meta é duplicar o número de empresas inovadoras nos próximos quatro anos.

Para José Ricardo Roriz Coelho, diretor do departamento de competitividade e tecnologia da Fiesp, os empresários têm que perceber que são eles, e não os centros e instituições universitárias de pesquisas, os principais protagonistas do movimento de inovação. "São os empresários que vão acionar essas instituições universitárias para estabelecer alianças e parcerias no sentido de criar processos inovadores, desenvolver e forma capital humano dentro de suas empresas. Trata-se de uma questão de sobrevivência para as empresas brasileiras nos próximos anos", afirma Coelho. (G.C.)

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24/06/2005 ÀS 11H19
Estudo do IBGE verifica aumento da taxa de inovação na indústria
Por Valor Online
SÃO PAULO - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) verificou que a taxa de inovação na indústria brasileira cresceu de 31,5% para 33,3% entre 2001 e 2003.

Neste intervalo, os setores com as maiores taxa de inovação foram máquinas para escritório e equipamentos de informática (71,2%), fabricação de material eletrônico básico (61,7%) e fabricação de automóveis, caminhonetas e utilitários, caminhões e ônibus (57,5%).

Os dados constam da Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec), realizada pelo IBGE em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Ciência e Tecnologia.

O estudo verificou também que houve uma mudança no perfil da inovação. Na edição anterior da Pintec, que engloba o triênio 1998-2000, predominavam as inovações apenas nos processos de produção. Já entre 2001 e 2003, as empresas adotaram a estratégia de inovar tanto nos processos quanto nos produtos.

A taxa de inovação em processos ficou em 26,9% entre 2001 e 2003, enquanto a taxa de inovação em produtos foi de 20,3%. No levantamento feito entre 1998 e 2000 as taxas foram de 25,2% para processos e 17,6% para produtos.

(Valor Online)

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30/10/2002 ÀS 15H50
Empresas maiores promovem mais inovações tecnológicas, diz IBGE
Por Valor Online
RIO - As empresas de grande porte promovem mais inovações tecnológicas do que as pequenas e médias, revelou a Pesquisa Industrial - Inovação Tecnológica (Pintec), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De 1998 a 2000, anos abrangidos pelo estudo, 68,4% das companhias com 500 ou mais funcionários incorporaram novas tecnologias a seus produtos ou processos produtivos. Nas empresas de dez a 49 empregados, o percentual cai para 31,6%.

"Os indicadores são realmente distintos", comentou o presidente do IBGE, Sérgio Bessserman. "Para as pequenas empresas, o desafio de investir em tecnologia é maior", acrescentou.

Do universo de 72 mil companhias focado pela pesquisa do IBGE, 46 mil não obtiveram nenhum ganho tecnológico de 1998 a 2000. A ausência de inovações foi atribuída pela maior parte delas (55,6%) às condições de mercado inóspitas, que não permitiram investimentos em tecnologia.

"Com exceção de 2000, os anos em que foi realizado o estudo tiveram baixo crescimento, má performance da indústria e ainda uma forte desvalorização da moeda que influenciou as decisões dos empresários", explicou Silvio Sales, chefe do departamento de indústria do IBGE.

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Empresas dão mais importância à compra de máquinas do que a P & D
Por Valor Online
RIO - As inovações tecnológicas promovidas pelas empresas brasileiras nos últimos anos consistiram principalmente na compra de máquinas e equipamentos. A implantação de programas de pesquisa e desenvolvimento (P & D) ficaram em segundo plano.

Segundo a Pesquisa Industrial - Inovação Tecnológica (Pintec), divulgada hoje pelo IBGE, dos R 22 bilhões gastos por 72 mil empresas brasileiras em inovação tecnológica de 1998 a 2000, 52,2% foram destinados à aquisição de bens de capital. Apenas 16,75% couberam às atividades internas de P & D.

Esse percentual é quase a metade do que é aplicado na Espanha em pesquisa e desenvolvimento: 30,81%, embora a quantidade de empresas espanholas que fizeram, de uma forma geral, inovações tecnológicas no período foi quase a mesma (34,8%) do que no Brasil (31,5%).

Aqui, apenas 25% das empresas entrevistadas pelo IBGE atribuem média ou alta importância para a incorporação de P & D e conhecimento externo às suas operações, enquanto 76,63% dão grande relevância à compra de máquinas e equipamentos.

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30/10/2002 ÀS 10H52
IBGE revela que 31,5% das empresas do país inovaram em 2000
Por Valor Online
RIO - A Pesquisa Industrial - Inovação Tecnológica (Pintec), divulgada há pouco pelo IBGE mostra que, em 2000, 31,5% das empresas brasileiras promoveram inovações tecnológicas. Elas aplicaram nesse objetivo 3,8% de seus faturamentos somados naquele ano, o que equivale a R$ 22 bilhões, considerando as 72 mil companhias consultadas.

O trabalho mostra, com isso, que a taxa de inovação tecnológica no Brasil não está muito abaixo de países desenvolvidos como a Espanha, onde 34,8% das empresas promoveram inovações tecnológicas em 2000. No Brasil, a maior parte da incorporação de tecnologia ocorre na concepção de novos produtos.

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