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Jose porfiro · @JPorfiro

5th Aug 2011 from Twitlonger

Empresários elogiam nova política industrial, mas querem mais

Eduardo Laguna e João Villaverde | Valor
03/08/2011 15:19


SÃO PAULO – Empresários da indústria reunidos hoje em congresso sobre inovação realizado na capital paulista avaliaram que a nova política industrial do governo, anunciada ontem, vai na direção certa. O pacote de medidas é considerado bastante abrangente, mas industriais apontam a necessidade de novos estímulos ao setor e mostram dúvidas sobre a execução das medidas.

Ciente de que as demandas não cessarão com o anúncio do Plano Brasil Maior – como foi batizada a nova política industrial -, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, adiantou que o governo não tem novas medidas a anunciar. O foco, informou ele, é trabalhar na publicação dos decretos, o que deve levar de 10 a 15 dias.

O ministro também descartou a possibilidade de ainda neste ano estender a novos setores a desoneração da folha de pagamento. Em uma fase de teste, apenas as indústrias calçadista, têxtil, moveleira e de software terão a isenção de contribuição patronal sobre a folha de pessoal.

Presente ao evento, o presidente da Embraer, Frederico Curado, disse que uma política industrial vai além das medidas anunciadas em Brasília, mas considerou o pacote como um “primeiro passo importante”.

“Pelo menos algo começou a ser feito”, afirmou Curado. O executivo considerou que a desoneração da folha de pagamento é a medida que parece ter maior impacto. Porém, lembrou, ainda não está claro como esse estímulo será estendido a outros setores.

Luiz Fernando Furlan, membro do conselho de administração da Brasil Foods e ex-ministro do Desenvolvimento, disse que o governou deu um “passo adiante” e agora é preciso colocar as medidas em prática. Ele disse que os impactos sobre a arrecadação do governo dificultam a desoneração da folha. Mas afirmou que acredita que o estímulo chegará a novos setores.

Mais cedo, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, comentou que as medidas da nova política industrial são “extremamente positivas”. Contudo, o pacote não muda, no momento, as projeções da entidade, que apontam para um crescimento de 5% nas vendas de veículos neste ano.

O governo instituiu um regime tributário especial às montadoras, além da extensão no prazo de redução da alíquota do IPI para caminhões e veículos comerciais leves.

Apesar disso, Belini avaliou que ainda é prematuro traçar impactos dessas medidas na competitividade do setor, cuja melhoria tem sido um bandeira levantada por ele à frente da Anfavea.

“Ainda é cedo para dizer. Entendemos que o governo está no caminho certo, porém tudo dependerá de como vai ser definido o regime (tributário)’, afirmou o executivo a jornalistas.

O regime tributário desenhado para as montadoras está atrelado a investimentos, criação de vagas de trabalho e inovação do setor – iniciativas que permitirão a redução de impostos.

Belini comentou ainda que não considerou decepcionante a decisão do governo de restringir a quatro setores - fabricantes de móveis, calçados e confecções, além dos desenvolvedores de softwares - a desoneração da folha de pagamento.

“É um piloto interessante. O governo foi muito hábil em escolher setores de mão de obra intensiva e fazer um teste para ver o resultado”, comentou o presidente da Anfavea durante congresso sobre inovação na capital paulista.

(Eduardo Laguna e João Villaverde | Valor)

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