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5th Aug 2011 from Twitlonger

Medidas cambiais e novo plano devem ter pouco efeito, avalia MB

Sergio Lamucci | Valor
03/08/2011 18:52


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SÃO PAULO - O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, acredita que a indústria continuará a ter desempenho fraco no restante de 2011 e também em 2012, a despeito da política industrial e das medidas recentemente adotadas pelo governo para o câmbio. O setor, para ele, deverá continuar “a andar de lado”, crescendo 3,4% neste ano e 3,9% no ano que vem, expansão muito inferior aos 10,5% registrados em 2010.

“No caso das medidas cambiais, o máximo que o governo conseguirá será transferir o mercado de derivativos para o exterior e talvez conseguir um piso para o câmbio na base do grito”, escreve o economista, em relatório divulgado aos clientes nesta quarta-feira. Vale esclarece que chama de “grito” a possibilidade de aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) até 25% - a alíquota inicial foi definida em 1%. “O Ministério da Fazenda já se mostrou apto inúmeras vezes a majorar o IOF no mercado à vista. Com isso, fazer no mercado futuro será inevitável. Assim, devemos contar apenas com muita volatilidade nos próximos meses no mercado cambial.”

Mas o mais grave, na visão de Vale, é que “o governo comete o sacrilégio de acreditar que controlar o câmbio nominal basta para alguma coisa”. O que interessa para a indústria é o câmbio real, que leva em conta a inflação doméstica e a externa. “Com o cenário de inflação doméstica em forte elevação e a inflação internacional muito baixa, o que deve piorar ainda mais com a estagnação mundial de atividade, o câmbio real deverá continuar em apreciação contínua, e é esta medida que importa”, afirma. “Como o governo está deixando de lado um combate mais efetivo à inflação, o câmbio real continuará machucando a indústria.”

Vale também vê com ceticismo a política industrial. “É mais um conjunto bem intencionado de medidas, como as várias que vimos ao longo dos últimos anos e que não deram em nada efetivo. Dessa vez, pode afetar a política fiscal negativamente com os gastos e desonerações, mas principalmente distorcer ainda mais a economia, ao escolher vencedores para ganhar ajuda pública.”

(Sergio Lamucci | Valor)

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