O amor entre mulheres em Roma > Enquanto as práticas homossexuais masculinas eram geralmente toleradas, as femininas eram censuradas na Roma Antiga. O sexo entre mulheres era taxado de monstruoso, ilegal, libertino, anormal e vergonhoso. Por outro lado, a homossexualidade feminina pode ter feito parte da sociedade romana tanto quanto a masculina, se acreditarmos nas diversas observações depreciativas dos escritores dos séculos I e II – como Sêneca, Martial e Juvenal.

Os médicos tendiam a ver o erotismo homossexual feminino como uma “doença” que se manifestava através de sintomas masculinizados. Soranus, o notável médico grego que atuou em Roma no século II d.C., acreditava que a causa desses sintomas era a condição física de algumas mulheres que possuíam o clitóris dilatado. Como costumavam compará-lo com o pênis, imaginavam que a mulher com tal anatomia tinham herdado esses atributos “ativos” dos homens, em vez dos atributos “passivos” considerados naturais numa mulher. Soranus e outros médicos aconselhavam a clitoridectomia, ou seja, a extirpação do clitóris.

Trecho de O Livro do Amor, de Regina Navarro Lins. Lançamento: 2012.

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