Freud e a sexualidade infantil > Freud considerou os desejos da criança como sexuais. A sexualidade, segundo ele, não se limita à função dos órgãos genitais e desperta muito cedo, logo após o nascimento. Uma série de excitações e de atividades, presentes desde a infância, proporcionariam prazer. A denominação sexual foi estendida às atividades da primeira infância em busca de prazeres locais que este ou aquele órgão é suscetível de proporcionar, designando para a psicanálise um conjunto de atividades sem ligações com os órgãos genitais, não se devendo, portanto, confundir o sexual com o genital.

A vida sexual das crianças, naturalmente, é diferente da dos adultos. A função sexual, desde os primórdios até a forma definitiva que nos é tão familiar, passa por um complexo processo de desenvolvimento e organização. A inibição do desenvolvimento da libido, portanto, é que daria origem às neuroses, sendo o inconsciente o lugar de nossos desejos reprimidos.

Muitas pessoas, até mesmo médicos, rejeitaram a descoberta da sexualidade infantil, argumentando que estariam profanando a inocência da infância. Para eles, a idéia de infância seria incompatível com o advento da sexualidade. Porém, deve-se pensar a sexualidade infantil como algo absolutamente natural e saudável. A partir do momento em que se tem essa consciência é possível tratar a questão de forma menos preconceituosa, contribuindo para uma diminuição das culpas e repressões que permeiam a sexualidade humana.

A teoria de Freud influencia a maioria das atividades culturais e sociais da humanidade: a publicidade, o ensino, a literatura e as artes em geral, passando pelo direito e a moda.


Desenvolvimento das fases da libido

Apoiando-se na análise de adultos e não na observação de crianças, Freud pôde analisar as etapas pelas quais passa o desenvolvimento da sexualidade. A denominação sexual foi estendida às atividades da primeira infância em busca de prazeres locais que este ou aquele órgão é suscetível de proporcionar, designando um conjunto de atividades sem, necessariamente, ligações com os órgãos genitais, não se devendo, portanto, confundir o sexual com o genital. Freud não tinha dúvidas em chamar esses prazeres de sexuais, porque eles continham as sementes da sexualidade adulta.

A sexualidade infantil passa por uma sucessão de estágios de desenvolvimento durante, aproximadamente, os 13 primeiros anos de vida. Cada estágio se caracteriza pelo interesse da criança direcionado predominantemente para uma parte diferente do corpo, que é a zona erógena principal de um certo período da vida. O desenvolvimento das fases da libido, as respostas dos pais a essas fases e o modo como a criança lida com elas produzem efeitos duradouros.

É importante observar que todas as zonas erógenas continuam ativas, sendo integradas na vida sexual adulta, ou que são recalcadas, continuando a ter efeitos para sempre; não há uma superação completa de nenhuma delas. Apesar disso, podemos dizer simplificadamente que a sexualidade passa pelas seguintes fases:

• Fase oral (do nascimento aos dezoito meses)
• Fase anal (dos dezoito meses até aproximadamente três anos)
• Fase fálica e complexo de Édipo (dos três anos até aproximadamente sete anos)
• Período de latência (dos sete anos até a puberdade)
• Fase genital (da puberdade em diante)

Artigo de Regina Navarro Lins

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